sábado, 22 de agosto de 2009

*Sol de Chuva*

E foste no tempo que fosse,
enquanto o ciúme corroía,
a força de ser e ter o que se tem
fazia sangrar a ponta da faca.

Os olhos se fechavam no desejo
e no caminho do encanto,
laços e laços de fitas eram
desfeitos em metros.

Onde foi parar toda a doçura?
No véu daquela que passou por nós.
Ela que fazia querer o verso.

Ninguém sentia ou ouvia
o toque de tambor que vinha
daquele peito.

Ele mais do que ninguém,
sabia provocar um rebuliço,
e de capricho,
beijava o ar em que a moça passava.

Ela de olhos congelados,
só sorria e se inebriava
com aquele cheiro...
No íntimo de suas lembranças,
buscava explicação,
mas nunca a encontrou.

E fosse o tempo que fosse,
tudo permaneceria intocado.
O ballet dos olhos de amêndoa,
os sorrisos dos sérios lábios e o suor...

As medidas se caberam
e nunca houveram fato
de nova dor tão doída.

Passantes se trombavam,
o relógio parado;
Contando passos,
descrevendo detalhes,
aquele olhar doce permaneceu,
e da lembrança,
fios cutucam o ar,
vindo da face da alma,
até hoje...

[Xiba - 11122008]

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