amigos...

eu tenho que admitir,
vocês sabem me tocar.

Eu tento repelir,
eu consigo fazer diferente.
Mas é como se você não me tivesse ouvido...

adoro a forma que fico bem quando estou com vc,
adoro quando vc me completa,
me mostra que somos um,
mesmo sendo dois na longura do mundo.

Consigo respirar agora que vc sabe mais.
Contar não é de todo o mal,
plus, plus e plus.
O monstro tem as cabeças do meu pensar,
do meu penar.

Algumas etapas nós temos que passar,
não quero ser pura aos seus olhos,
não quero ser presente novo,
não quero permanecer como alvo.
Clara! Ó minha sereia!

Amo tua docura,
admito teus pensamentos,
que mesmo libertinos e confusos,
me fazem refletir no que outrora eu nunca fui...

ouço seu surpiro como um punhal.
Sei que te afetei,
que te afeto assustadoramente.
Tenho medo da sua ternura,
me sinto bem com seu olhar penetrante,
adoro o seu sorriso interno,
calado pela boca que insiste em somente se entreabrir meio a dentes...
brancos dentes.

Sua mania de desaparecer de mim,
de aparecer,
de ser ricardo, joão, eduardo, pedro, Otávio, Luiz, will, bill...
e achar que é simples.

Sua mania de me analisar,
me dizer criança que sei que sou.
Teus sorrisos escondidos, abafados.

Queria pra sempre a careta,
a forma linda de me fazer permanecer...
de me inventar,
me recriar,
me admirar e me amar.

Gosto de ser como sou,
gosto de te ouvir falando fofa,
gosto dos teus abraços pelos corredores gelados,
do teu olhar perdido e frio,
cumplice e amigo...

Me faz acreditar que o dia não acabou.
Me leva pra conhecer aquele lugar que vc disse que eu ia amar.
Me faz pular!
Me faz entregar,
me faz ser menina.
me deixa ser mulher!

=========== Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain =====